Novas indicações internacionais para cirurgia bariátrica e metabólica
- Dr. André Costa Pinho
- 1 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
No dia 20 de Outubro de 2022 foram publicadas as novas indicações internacionais para cirurgia bariátrica e metabólica, numa ação conjunta entre a IFSO e a ASMBS.
A IFSO (International Federation for the Surgery of Obesity and metabolic disorders) e a ASMBS (American Society for Metabolic and Bariatric Surgery) reúnem em conjunto mais de 15.000 especialistas de todo o mundo na área da cirurgia bariátrica e metabólica.
Para atualizar as guidelines anteriores (datadas de 1991), duas comissões constituídas pelos mais reconhecidos peritos nesta área procederam a um meticuloso e longo processo de revisão das evidências existentes nesta área. As principais conclusões foram:
os resultados a longo prazo da cirurgia bariátrica e metabólica demonstram a sua segurança, eficácia e durabilidade no tratamento da obesidade e suas co-morbilidades, com diminuição da mortalidade em comparação aos tratamentos não cirúrgicos;
a cirurgia bariátrica está recomendada para pessoas com IMC ≥ 35 kg/m2 (mesmo sem doenças associadas) e para pessoas com IMC ≥ 30 kg/m2 com doenças associadas, após falência de tratamentos conservadores;
não existem limites formais de idade: tanto os doentes mais idosos como as crianças e adolescentes devem ser avaliados em relação aos riscos e benefícios;
a cirurgia bariátrica e metabólica deve ser considerada adjuvante para outras cirurgias como determinadas cirurgias ortopédicas, correção de hérnias abdominais ou transplantação;
a obesidade severa é uma doença crónica que pode necessitar de múltiplos tratamentos invasivos, incluindo cirurgias revisionais ou outras terapêuticas adjuvantes. A avaliação multidisciplinar pode ajudar a reduzir riscos e a melhorar os resultados;
Ou seja, as indicações para cirurgia bariátrica e metabólica foram alargadas a mais doentes reconhecendo a crescente evidência sobre segurança e eficácia da cirurgia no tratamento de uma doença grave como a obesidade.
Aguarda-se que as nossas entidades nacionais reconheçam estas novas orientações e atualizem as normas portuguesas que regulam o tratamento cirúrgico da obesidade. Leia o artigo completo aqui.
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