Helicobacter pylori no estômago – que consequências na cirurgia bariátrica e metabólica?
- Dr. André Costa Pinho
- 11 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
A bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) é conhecida pelo potencial de provocar gastrites, úlceras e, em casos graves, cancro gástrico. Para quem planeia uma cirurgia bariátrica, a presença desta bactéria pode trazer implicações relevantes para a saúde e para a estratégia de tratamento.
Eventuais complicações associadas
Em doentes bariátricos, a H. pylori pode agravar sintomas digestivos, como dor e desconforto abdominal, e aumentar o risco de úlceras na área reduzida do estômago. Estas complicações tornam-se especialmente problemáticas no Bypass Gástrico, uma vez que as alterações estruturais do estômago após a cirurgia podem agravar a vulnerabilidade da mucosa gástrica, tornando-a mais propensa a lesões. A presença concomitante de outros agressores, como o tabaco ou alguns medicamentos, podem potenciar a agressão pelo H. pylori.
Importância do Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico de infeção por H. pylori antes da cirurgia é fundamental. Exames como o teste respiratório ou a endoscopia são comuns para identificar a presença da bactéria, e o tratamento com antibióticos antes ou depois do procedimento pode estar indicado.
Risco de reinfeção após erradicação prévia
Em países desenvolvidos, existe um risco baixo de reinfeção por H. pylori após erradicação. Esse risco pode ser mais significativo quando existem condições de saneamento inadequadas, práticas de higiene deficientes, exposição a vómito ou fezes de doentes infetados (ex: profissionais de saúde ou cuidadores de doentes dependentes ou com patologia psiquiátrica), ou em viagens para locais com elevadas taxas de infeção e baixas condições sanitárias.
Conclusão
A infeção por H. pylori é um aspeto a ser devidamente enquadrado na preparação e seguimento da cirurgia bariátrica. O diagnóstico e a erradicação da bactéria podem contribuir para uma recuperação mais tranquila e melhor qualidade de vida. O essencial é ter acompanhamento especializado para correta integração destas informações na estratégia de tratamento e seguimento pós-operatório.
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